1 - Reis e Princesas
Compositor: Guilherme de Sá
Compositor: Guilherme de Sá
Eu não sei se eu sigo a ver navios
Ou se ponho neles os animais
E deixo pra nós o que nos cabe, porque
Se na briga entre dois elefantes
Quem se ferra é a grama
Diga-me: Qual é o rato que irá apartar a nossa ira?
Antes que acabem minhas lágrimas
Permita-me dizer
Eu tenho fé
Me tornei cego, surdo e mudo
Se isso não te acalma, então não sei o quê
Se você não entende o meu silêncio
Como entenderia as minhas palavras?
Minhas razões?
Já propus nossa paz
Já tentei uma trégua
Eu fui João, fui Felipe e não deu
Troquei o bairro, mudei de cidade
E cá estou numa nação que sofre de câncer
E se luta por dor de cotovelo
Onde não se sabe lidar com reis e princesas
Aqui só damos valor aos bobos da corte
Me tornei cego, surdo e mudo
Se isso não te acalma, então não sei o quê
Se você não entende o meu silêncio
Como entenderia as minhas palavras?
Sei que as lágrimas são o sangue da alma
Deus as entende e eu as entrego
Enquanto formos maus aos outros
Seremos piores para nós mesmos
Tudo passa, difícil é saber o que sobra
O que restou de nós
Só o tempo irá dizer
Leve-me, leve-me
Para um lugar onde possa viver
Porque eu vivo um coletivo de quases
Quase um silêncio ameno
Mais ou menos tácito
Ao menos, eu sei que tentei
Eu procurei consolidar um lastro seu
Que fosse então meu
Meu lema, meu fado
Foi mesmo quase por querer
Fui tentar apreender algum dom
Mas fui pego, preso em flagrante
Pela Lei Federal, cento e qualquer coisa
Solte-me! Solte-me!
Por favor liberte-me, solte-me!
Sei que o erro foi emprestar meu amor
Somente pra que devolvessem em dobro depois
Se minha falha consistiu em pleitear
O que era para ser a cabo de apreço
Serei eu que aprenderei a tese
E a prática
Foi mesmo quase por querer
Fui tentar apreender algum dom
Mas fui pego, preso em flagrante
Pela Lei Federal, cento e qualquer coisa
Eu sou um recluso no exílio
Eu sou um cativo sem sentença
Mas eu hei de escapar daqui
Todos que conseguiram
Um dia tentaram
Solte-me! Solte-me!
Foi mesmo quase por querer
Fui tentar apreender algum dom
Mas fui pego, preso em flagrante
Pela Lei Federal, cento e qualquer coisa
Há quem amou demais
Há quem chorou demais
Quanto tempo não dão atenção ao seu pobre coração
Não se atreve a falar, não se permite errar
Quem inventou a dor?
Esqueça o ardor, afinal
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Qual seria sua última oração
Doeu, deixe curar
Ficou, deixe passar
O árduo é trivial
Mas a afeição é etérea
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Qual seria sua última oração
Mais que uma razão pra se viver
Uma verdadeira causa pela qual morrer
Seja o prólogo de quem viveu a preparar o seu epílogo
E dito, deu fé
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Se de fato fosse mesmo o último adeus
Onde há de estar o seu amor?
E assim, viva como quem soube que vai morrer
Morra como quem um dia soube viver
Quando tiver sessenta
Que os meus olhos funcionem bem
E eu, estando só, busque os meus netos na escola
Que seus sorrisos me lembrem que eles são
A fortuna que acumulei
Nossas visitas ao asilo
Sejam apenas para ver os quadros dos que lá moraram
Porque os meus amigos estarão comigo
Jogando suas redes no rio
Proseando sobre como a nostalgia sempre esteve em alta
Com anos de atraso
Mas aí me lembro: Rapaz, você ainda tem trinta e três
E seu mundo ainda é aquele
Onde as filas por um rim dão as suas voltas no continente
Que anda quente demais
Exceto dentro do carro com vidros fechados
Porque, se abertos, tudo pode acabar ali num assalto
Se eu chegar até lá
Que possamos ser mais médicos e menos juízes
E, ao estarmos num semáforo
Que não seja pra pedir dinheiro, mas para dar abraços
Distribuir adesivos dizendo
"É natal, o Rei nasceu e um cobertor também salva! "
Entenderemos que Deus é Pai e Filho ao mesmo tempo
E bastará
Perceberemos que são os nossos irmãos
Que estão ali com frio na rua
Enquanto permanecemos aqui salvos e aquecidos
Com nossas lareiras
Mas aí me lembro: Rapaz, você está nos trinta
E grito: "tempo, pare um pouco para eu respirar!
Ainda não consegui ser a metade do que deveria ser! "
Então Ele me diz: "você continua um sonhador
Que ainda sonha que tudo mude
Quando tiver sessenta"
(Haverá, haverá)
Vejo almas, não só pedaços de carne
Nem coisas pra se usar
Sem calças, nem causas
Nada entre o valor e a vergonha
Nenhum prazo pra recuar
Acredite, há um prazo pra recuar
Não deixe que destruam sua vida
Não permita que roubem sua fé
Que o riso seja sua fala toda
Vez que sua voz acabar
(Haverá, haverá)
Torpezas, vilezas
Atitudes de quem não se acanha
Em se despir a troco de nada
Mas sente repulsa quando sua máscara cai
E quem está na sua frente é Deus
Acredite, há um prazo pra recuar
Não deixe que destruam sua vida
Não permita que roubem sua fé
Que o riso seja sua fala
Toda vez que sua voz acabar
O mundo vai te comparar, o mundo vai julgar
Mas no final só quem foi fiel
Vai poder rir de todos por serem iguais
Os mesmos que hoje zombam do diferente
E sim, haverá, haverá de ser
Não deixe que destruam sua vida
Não permita que roubem sua fé
Que o riso seja sua fala
Toda vez que sua voz acabar
Há o finito
Ele então caminhará sob o luar
Se o ver, decore onde Ele está
Porque ao vê-lo, indicará por onde deve ir
Não espere a noite terminar
É onde o sereno chora em seu lugar
Não existe um jeito certo de fazer uma coisa errada
Ou se acerta ou se erra
E se pode ser melhor que é
É evidente que ainda não é tão bom assim
Há o infinito
Há o céu e há o discurso
De quem perdeu seu curso
Agora está aí à deriva
Setecentas e setenta e sete luzes não puderam iluminar
A sombra que escondeu-se do Seu lar
Não existe um jeito certo de fazer uma coisa errada
Ou se acerta ou se erra
E se pode ser melhor que é
É evidente que ainda não é tão bom
Há o erro e outra vez
Outra chance, outro lugar
E enquanto o sábio aponta o céu
O idiota olha o dedo
Mas estrela já não há
Explodiu, não existe mais
O algoritmo venceu
Sinal, síntese, sintomatismo
Meu amor, veja bem
Diga amém
Durma bem
São só notas desiguais que eu pus nesta canção
Afinal, sou só uma tríade sem bemóis
Eu procurei ser uma tétrade
Mas não passei de um assobio de um riff sem tato
Um refrão de um falso Picasso
Livro sem final
Desfaz, refaz
Faz do jeito que todo mundo faz
Não faz, eu não ouço
Não é uma letra a mais
Não é se tem unção ou não
Não é sobre como se compõe
Não é um aviso, um olá
É apenas uma maneira de dizer um tchau
Se quiser voltar, volte pra somar
Entre uma frequência e outra
Parodiando modo grego e mixolídio
Solfejando o H2 sem o O
O que importa o Resonare Fibris?
Ou Mira Gestorum, Famuli Tuorum?
Para o mau entendedor, nada
Mas nunca um adeus
Desfaz, refaz
Faz do jeito que todo mundo faz
Não faz, eu não ouço
Não é uma letra a mais
Não é se tem unção ou não
Não é sobre como se compõe
Não é um aviso, um olá
É apenas uma maneira de dizer um tchau
Se quiser voltar, volte pra somar
De outro modo, dê meia volta
Subtraia outra trova
Desfaz, refaz
Faz do jeito que todo mundo faz
Não faz, eu não ouço
Não é uma letra a mais
Não é se tem unção ou não
Não é sobre como se compõe
Não é um aviso, um olá
É apenas uma maneira de dizer um tchau
Se quiser voltar, volte pra somar
Jure pela vida que você teve
E ponha em risco a coisa mais sagrada que há
Se lembre, ao perdê-la, nunca mais terá seu encanto
Posto, ainda acha que Deus não irá cumprir?
O que será que o mentiroso vai pensar
Quando a sua verdade o entregar?
Será que ele vai se arrepender
De ter feito mal para si mesmo?
Será que ele vai mudar?
Jure pela alma e pelo céu
E vá lá brincar de amarelar
Como descer do paraíso ao inferno em três casas?
Basta um passo após o outro
No segundo, já foi, perdeu
O que será que o mentiroso vai pensar
Quando a sua verdade o entregar?
Será que ele vai se arrepender
De ter feito mal para si mesmo?
Será que ele vai voltar?
Voltar a ser as coisas como são?
Ou prosseguirá criando suas fábulas?
Afinal, o Pinóquio era apenas um cara de pau
Esta é uma verdade contestável
O que será que o mentiroso vai pensar
Quando a sua verdade o entregar?
Será que ele vai se arrepender
De ter feito mal para si mesmo?
Será que ele vai voltar?
Voltar a ser
Tudo se quebrou
Não há nada em lugar algum
Que faça eu entender
O tempo me mostrou
Que era fraco o que achava forte
E a chuva despencou
Vento frio do norte
Dias assim
São bons pra me encontrar
E entender que a vida muda de lugar
Tempos assim
São bons pra me relembrar
Que só você comigo consigo suportar
Todos juntos sempre
Entre erros e abraços
Sim, todos eram um
E quando se rompeu
Não sabia quem mais era eu
A casa escureceu, me senti mais fraco
Dias assim
São bons pra me encontrar
E entender que a vida muda de lugar
Tempos assim
São bons pra me relembrar
Que só você comigo consigo suportar
Foi tão forte o que senti
Não pude reagir a este encontro
Você tirou o que há de melhor em mim
A força que movimenta o mar
Vai cuidar de tudo que existe aqui
Me dando forças pra seguir
E entender
Preciso que esteja aqui
Preciso perder meus medos
Preciso do amor que só Você me traz
Pra curar e me trazer a paz
Não precisei Te ver
Bastou uma palavra e Você fez em mim
Mais que imaginei poder viver
E nada pode me tirar
O que senti e sinto aqui no peito
Você me deu respeito sem cobrar
Preciso que esteja aqui
Preciso perder meus medos
Preciso do amor que só Você me traz
Pra curar e me trazer a paz
Levante sua mão
Estenda sua mão
E vai sentir
Não sou bipolar
Não mudo a cada instante
Mas diga o que há?
Deus, o que há comigo?
Que não cesso em tentar me esconder
Que não tento nem ver
Nem ouvir passos lá fora
Aqui faz frio
Sinto-me traído por mim mesmo
Quando o reflexo do espelho não retribui
O sorriso que eu lhe dou
E se ouve sons de vidros ao chão
Cada página dessa minha vida eu virei
Agora estou sofrendo com alergias na alma
De tanto bater a poeira
E escondê-lá sob o tapete da sala
Eu sei que o erro é só meu
Sinto-me traído por mim mesmo
Não tenho Síndrome de Asperger
Então por que insisto em ficar aqui
Quando poderia estar aí?
Sempre atraí-me pelo alto
Sempre fui adepto aos céus e aos milagres
Sei que isso é apenas uma fase
Uma invernia
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei que vai passar
Este é o fim
Sinto o ar acabar
Onde estão os meus?
Quem vem me buscar?
Dê-me a sua benção antes de partir
Findarei então, não sofra por mim
Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar
Este é o fim
Dos meus temporais
Tudo o que eu senti desfalece aqui
Sim, este é o fim dos ventos
Que uivam sem direção
Tocam-me
Mas não me conduzem mais
Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar
Sou um poliglota gago
Nato, sempre que emudeço a voz
E quando só me entendem na linguagem dos sinais
É sinal de que estou fazendo algo muito errado
Eu estou tão cansado de ver
As pessoas partirem cedo demais da minha vida
Quando tudo virou lembrança
Então eu sei que acabou
Quem dera eu saber: o que houve com nosso olhar?
Quem sabe encontrar
Sabe depreender em tudo o melhor
Que tudo de melhor possa me alcançar
Então saberei, que ao menos tive a chance
De ser melhor do que eu fui
Às vezes me sinto uma nação dividida em seis partes
E às vezes, seis nações
Que poderiam ser sete
Se nelas estivesse o meu coração
Na medida da perfeição, eu sou um imperfeito
Que procura exatidão por onde passa
Descobri que sou o fraco
Que tem sido forte há muito tempo
Que raramente choro, mas quando acontece
É simplesmente por nada
Quem sabe encontrar
Sabe depreender em tudo o melhor
Que tudo de melhor possa me alcançar
Então saberei, que ao menos tive a chance
De ser melhor do que eu fui
(Quem sempre teve
Deus como o centro das atenções
Jamais precisou secar as lágrimas
Quando o amor se ausentou)
Quem sabe encontrar
Sabe depreender em tudo o melhor
Que tudo de melhor possa me alcançar
Então saberei, que ao menos tive a chance
De ser melhor do que eu fui
Esta é a canção que eu sempre quis
Este é o momento, meu instante
O céu aqui
Doravante, a minha alma mudou seu lar
Herdei um coração pra bater
Do lado de fora do meu peito
Minha flor!
Lágrimas jorram dos olhos
O que sinto por você
É o imenso protesto da eternidade
É o intenso amor
Minha vida, Deus te abençoe
Por você eu morrerei de amor
Por amor viverei cada dia a te zelar
Se te ensinar a viver, me ensine a rezar
Então sentirei
Que a ventura que possuo não tem metáfora
Minha flor!
Lágrimas jorram dos olhos
O que sinto por você
É o imenso protesto da eternidade
É o intenso amor
Minha vida, Deus te abençoe e assim
Dê-lhe paz, Fleur de ma vie
Êtes mon miracle, ma joie
Ma petite, ma prière, mon trésor
Ma façon d'aimer, mon don de Dieu
Mon ange, tu sera mon combat
Et ensemble, nous serons très forte
Un baiser d'esquimau, ma chérie
Et n'oubliez jamais ceci
Maman et papa vous aime