1 - Se
Compositor: Guilherme de Sá
Compositor: Guilherme de Sá
Se eu tivesse olhos para olhar
Se eu tivesse pernas que me levassem
Para um outro lugar
Neve, leve chuva, vento, pôr do Sol
Sonho, riso, choro, compreensão
Se eu tivesse ouvidos para ouvir
Se eu tivesse boca, talvez pudesse um dia tentar proferir
Algo tão leve, leve, como um leve
Oi amor, leve-me onde possa me encontrar
Mais amor, mais perdão
Mais tempo, mais um algo a mais
Menos lá-lá-lá-lá-lá
Mais fervor, mais cor, mais luz
Mais fé, mais Deus
Menos blá-blá-blá-blá-blá
Se é altar, qual lugar mais apropriado que este
Pra se dizer: Sou eu?
Se eu não tivesse orgulho pra ferir
Se eu não tivesse vaidade
E estivesse na idade de quem pode rir
Eu diria: Oi amor, já disse amo você?
Se eu não coubesse em mim
Se eu não tivesse o que falar
Mais amor, mais perdão
Mais tempo, mais um algo a mais
Menos lá-lá-lá-lá-lá
Mais fervor, mais cor, mais luz
Mais fé, mais Deus
Menos blá-blá-blá-blá-blá
Se é altar, qual lugar mais apropriado que este
Pra se dizer
Sou eu quem pode ser aquele que
Mudou aquilo que antes era
E hoje é muito mais
Mais que eu
Mais amor, mais perdão
Mais tempo, mais um algo a mais
Menos lá-lá-lá-lá-lá
Mais fervor, mais cor, mais luz
Mais fé, mais Deus
Blá-blá-blá-blá-blá
Se é altar, qual lugar mais apropriado que este
Pra se dizer: Sou eu?
Parece estranho
Sinto o mundo girando ao contrário
Foi o amor que fugiu da sua casa
E tudo se perdeu no tempo
É triste e real
Eu vejo gente se enfrentando
Por um prato de comida
Água é saliva
Êxtase é alívio, traz o fim dos dias
E enquanto muitos dormem, outros se contorcem
É o frio que segue o rumo e com ele a sua sorte
Você não viu?
Quantas vezes já te alertaram
Que a terra vai sair de cartaz
E com ela todos que atuaram?
E nada muda, é sempre tão igual
A vida segue a sina
Mães enterram filhos, filhos perdem amigos
Amigos matam primos
Jogam os corpos nas margens dos rios contaminados
Por gigantes barcos
Aquilo no retrato é sangue ou óleo negro?
Aqui jaz um coração que bateu na sua porta às 7 da manhã
Querendo sua atenção, pedindo a esmola de um simples amanhã
Faz uma criança, plante uma semente
Escreva um livro, que ele ensine algo de bom
A vida é mais que um mero poema
Ela é real
Take care about tomorrow
Tomorrow you need, you need someone to follow
'Cause they are happy
Happiness even at the end
É pão e circo, veja
A cada dose destilada, um acidente que alcooliza o ambiente
Estraga qualquer face limpa
De balada em balada vale tudo
E as meninas
Das barrigas tiram os filhos, calam seus meninos
Selam seus destinos
São apenas mais duas histórias destruídas
Há tantas cores vivas caçando outras peles
Movimentando a grife
A moda agora é o humilhado engraxando seu sapato
Em qualquer caso é apenas mais um chato
E ainda que a velha mania de sair pela tangente
Saia pela culatra
O que se faz aqui, ainda se paga aqui
Deus deu mais que ar, coração e lar
Deu livre arbítrio
E o que você faz?
E o que você faz?
Vai ficar ou vai correr
Vai salvar ou esquecer
Eu só quero que me ame até o pôr do Sol
Eu só quero que me ame até o pôr do Sol
Perhaps I will follow the perfect horizon
So I can stay alive and
Wait for the sunshine to give me back
My hope, my feelings, my true happiness
I want to find myself
And dive in deep waters
And I will not allow that
The shadows around me
Hide my faith, in what I believe
Who you are? This is me
And this is how I reach you
This is me and this is how I reach you
"Acabou! Acabou! Hoje é o dia D!"
Foi isso que você leu no jornal hoje cedo?
Tudo bem quando tudo acaba bem
Mas se não acabar bem, qual é o fim que se tem?
O medo do fim é o meio e o fim
O medo, o fim e um breve recomeço
Até que o sol não brilhe, acenda uma vela na escuridão
Levante a mão, se o fim é bom, também são os meios
"É o fim!" É o final que você quer saber?
Me conte o seu passado, e saberei seu futuro
De que vale o ouro se ele não compra a alma?
A moral é imoral se não há o bem para o outro
Tem medo do fim?
Tem medo do fim porque o seu fim justificou seu meio
O abrigo enfim, é o início do sim
O início do sim é onde Deus se encontra
Até que o sol não brilhe, acenda uma vela na escuridão
Levante a mão, se o fim é bom, também são os meios
A memória contará a história de quem teve decência na história
"Deixe sua mensagem após o sinal..."
Se ganhou, suspire, se perdeu, aprenda
Porque é hora de ser, não demore ou
Vai perder sua aposta, agora é a hora
Escolha bem suas cartas, o seu jogo já vai começar
O lance está no ar, é só você gritar bem alto, alto
Mas se prepare, prepare
Porque nada no mundo é de graça
Você pode até ter medo
Mas ande, caminhe, e só não pare, não pare
Qual é o seu limite? Até onde aguenta?
Se tudo aqui tem prazo, qual é o seu?
Pois tudo aqui tem um porquê
A vida é o casino e você, a ficha
Nunca permita que a sua felicidade dependa
De algo que possa perder
(O lance está no ar)
O lance está no ar, é só você gritar bem alto, alto
Mas se prepare, prepare
Porque nada no mundo é de graça
Você pode até ter medo
Mas ande, caminhe, e só não pare, não pare nunca!
Todos querem uma fatia da sua glória
Todos, todos querem apostar a sua vida
Sua graça, sua culpa, sua calma, sua alma
O lance está no ar, é só você gritar bem alto, alto
Mas se prepare, prepare
Porque nada no mundo é de graça
Você pode até ter medo
Mas ande, caminhe, e só não pare, não pare
Nada no mundo é de graça
Há o finito
Ele então caminhará sob o luar
Se o ver, decore onde Ele está
Porque ao vê-lo, indicará por onde deve ir
Não espere a noite terminar
É onde o sereno chora em seu lugar
Não existe um jeito certo de fazer uma coisa errada
Ou se acerta ou se erra
E se pode ser melhor que é
É evidente que ainda não é tão bom assim
Há o infinito
Há o céu e há o discurso
De quem perdeu seu curso
Agora está aí à deriva
Setecentas e setenta e sete luzes não puderam iluminar
A sombra que escondeu-se do Seu lar
Não existe um jeito certo de fazer uma coisa errada
Ou se acerta ou se erra
E se pode ser melhor que é
É evidente que ainda não é tão bom
Há o erro e outra vez
Outra chance, outro lugar
E enquanto o sábio aponta o céu
O idiota olha o dedo
Mas estrela já não há
Explodiu, não existe mais
O algoritmo venceu
Sinal, síntese, sintomatismo
Meu amor, veja bem
Diga amém
Durma bem
Minha Vida, meu Amor
Meu Chão, meu Céu, minha Luz
Minha Razão de existir
Eu hoje vim aqui só pra Te ver passar
Precisaria nem olhar
Para este pobre coração
Basta Sua sombra, e poderei me abraçar
Já seria o suficiente para mim
Nada aqui merece atenção
Mas se um dia Você não regressar
Deixe umas pegadas
E alguém irá correr
Não há nada
Não há nada igual
Nada poderia me afastar de Ti
Não, não há alguém
Que me faça tão bem como Você faz
E nunca haverá
Me transforme no melhor que posso ser
Não há fim, não há volta
Porque só quem pode preencher o meu vazio é Você
Você, ninguém mais
Exalam por aqui, aromas de jasmins
Em uma carta que escreveu
E agora guardo bem aqui
Cada simples pensamento meu é uma medida
Que há tempos decidiu Te amar sem reservas
Tudo o que tenho de valor, são as minhas memórias
Se elas partissem, eu partiria em dois
Não há nada
Não há nada igual
Nada poderia me afastar de Ti
Não, não há alguém
Que me faça tão bem como Você faz
E nunca haverá
Me transforme no melhor que posso ser
Não há fim, não há volta
Porque só quem pode preencher o meu vazio é Você
Você, ninguém mais
A saudade aqui, é um verso carregado de ventania
Que um dia resolveu partir
Nunca mais faltou ar
Cada simples pensamento meu é uma medida
Que há tempos decidiu Te amar sem reservas
Não há nada igual
Nada poderia me afastar de Ti
Não, não há alguém
Que me faça tão bem como Você faz
E nunca haverá
Me transforme no melhor que posso ser
Não há fim, não há volta
Porque só quem pode preencher o meu vazio é Você
Você, ninguém mais
Eu não me senti no ar
Eu não percebi cair
Sob o cais, sobe o caos
Da bendita finitude que me consome
Quase sem me tocar
Eu não decidi ficar
Eu não resolvi partir
Aguardei Seu olhar
Se voltar à minha diminuta razão
Entreolhar nosso espaço
Nosso hiato que rugiu
Quando eu não pude ver, eu vi
Quando eu não pude amar, eu amei
Na minha incompletude, então
Fui capaz de destilar minha dor
Incapaz de ignorar o adeus do dia
Sei que eu quis um tempo só
Sei que sempre esteve aqui
E ali no princípio, onde se fez Verbo
E o Verbo era Amar
Eu então regressei
Pra não retornar
Quando eu não pude ver, Você viu
Quando eu não pude amar, Você amou
Na minha incompletude
Eis que observo aquele ávido olhar
Incapaz de ignorar o meu
Sigo procurando a direção
Que talvez entenda meu cursar
Que me dê um coração
Que talvez me chame de meu bem
E que às vezes possa recuar
Quando tente ir além
E se? Se eu?
E se? Se? Se?
E se eu fugir pra bem longe me encontrar
Pode ser que antes eu tropece em algum lugar
E perca minha memória
Eu sinto que sumi, olho por aí
Onde está meu pensamento?
Longe ou aqui? Distante de mim?
Quero apenas um momento
Eu me perdi num abismo infinito
Mas parece que alguém está aqui
Me pondo na rota certa
E se?
Se eu?
E se eu tentasse existir como um álbum de recordações
E pudesse descansar?
É o temor que paira sobre mim e inebria minha lucidez
Eu preciso respirar
E se? Se eu? (2x)
Eu sinto que sumi, olho por aí
Onde está meu pensamento?
Longe ou aqui? Distante de mim?
Quero apenas um momento
Eu me perdi num abismo infinito
Mas parece que alguém está aqui
Me pondo na rota certa
E se? Se?
E se me perder em algum lugar
E te perder?
E se eu fugir pra bem longe me encontrar
Pode ser que antes eu tropece em algum lugar
E perca minha memória
Eu sinto que sumi, olho por aí
Onde está meu pensamento?
Longe ou aqui? Distante de mim?
Quero apenas um momento
Eu me perdi num abismo infinito
Mas parece que alguém está aqui
Indicando a direção
Me pondo na rota certa
E se encontrar o meu lugar
Nessa imensidão de nada, nada
Passo os dias
E olho sempre minha janela
E eu conto
Cada hora pra que Você volte aqui
Enquanto isso
Eu aceito a minha sentença
E peço a Deus
Que venha aqui e ajude a me recompor
Vem me abraçar depressa
Nesse doce reencontro
Sente aqui bem ao meu lado
E conte uma história
Que logo chega um novo adeus
Aqui dentro
Tudo está do jeito que Você deixou
O mesmo jeito
Que me ensinou a Te esperar
Mas minha vida
Corre com tanta pressa lá fora
Fotos passadas
Retratam toda a Sua ausência
Vem me abraçar depressa
Nesse doce reencontro
Sente aqui bem ao meu lado
E conte uma história
Que logo chega um novo adeus
Nanananá
Nanananá
Nanananá
E quando ouço o barulho da porta, eu sinto a casa iluminar
E quando ouço o barulho da porta, eu sinto a casa iluminar
E quando ouço o barulho da porta, eu sinto a vida iluminar
Lembro de nós dois
Sorrindo na escada aqui
Estava tudo tão bem
E de repente acabou
Vozes no portão
Passos no saguão
Poderia ser você
Mas faz tempo que partiu
Deixou algo aqui
E pouco a pouco encontro seus sinais
Menos de um segundo e eu já perco o ar
Quase um minuto, quero te encontrar
É um sentimento que preciso controlar
Porque você se foi
Não está aqui
Tudo que ficou
Mexe com meu interior
Isso afeta meus sentidos
Foi o seu cheiro que sumiu
Tudo acabou
Interrompeu-se tudo que existiu
Menos de um segundo e eu já perco o ar
Quase um minuto, quero te encontrar
É um sentimento que preciso controlar
Porque você se foi
Não está aqui
Partiu num dia qualquer
Sem ao menos dizer adeus
E o que ficou?
Um coração que sofre com quem espera
A próxima entrada da estação
E o que separa o frio do calor
É a emoção de saber que eu vou
Poder te reencontrar um dia
Eternamente te encontrar
Eternamente encontrar você
Menos de um segundo e eu já perco o ar
Quase um minuto, quero te encontrar
É um sentimento que preciso controlar
Porque você se foi
Não está aqui
Não está aqui
Não sou bipolar
Não mudo a cada instante
Mas diga o que há?
Deus, o que há comigo?
Que não cesso em tentar me esconder
Que não tento nem ver
Nem ouvir passos lá fora
Aqui faz frio
Sinto-me traído por mim mesmo
Quando o reflexo do espelho não retribui
O sorriso que eu lhe dou
E se ouve sons de vidros ao chão
Cada página dessa minha vida eu virei
Agora estou sofrendo com alergias na alma
De tanto bater a poeira
E escondê-lá sob o tapete da sala
Eu sei que o erro é só meu
Sinto-me traído por mim mesmo
Não tenho Síndrome de Asperger
Então por que insisto em ficar aqui
Quando poderia estar aí?
Sempre atraí-me pelo alto
Sempre fui adepto aos céus e aos milagres
Sei que isso é apenas uma fase
Uma invernia
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei
Vai passar, eu sei que vai passar
Deum de Deo
Lumen de Lumine
Deum verum de Deo Vero
Descendit de caelis
Ascendit in caelum
Eu não sou nada
Nada, nem ninguém
Nem no princípio
Nem no final
Assim se escreva
O livro dos meus dias
Eu maltrapilho
Adornando a Ti
Reine no reino meu
Que reina a austera vida
Que então eu criei
Mas hei de herdar
O que Deus tem pra mim
Kyrie, eleison
Christe, eleison
Enfim, entre nós, cai um império
Eis que das trevas à luz
Ressurge a vida
E eu hei de compreender
O que Deus tem
O que Deus tem pra mim
Este é o fim
Sinto o ar acabar
Onde estão os meus?
Quem vem me buscar?
Dê-me a sua benção antes de partir
Findarei então, não sofra por mim
Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar
Este é o fim
Dos meus temporais
Tudo o que eu senti desfalece aqui
Sim, este é o fim dos ventos
Que uivam sem direção
Tocam-me
Mas não me conduzem mais
Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar
Tudo se quebrou
Não há nada em lugar algum
Que faça eu entender
O tempo me mostrou
Que era fraco o que achava forte
E a chuva despencou
Vento frio do norte
Dias assim
São bons pra me encontrar
E entender que a vida muda de lugar
Tempos assim
São bons pra me relembrar
Que só você comigo consigo suportar
Todos juntos sempre
Entre erros e abraços
Sim, todos eram um
E quando se rompeu
Não sabia quem mais era eu
A casa escureceu, me senti mais fraco
Dias assim
São bons pra me encontrar
E entender que a vida muda de lugar
Tempos assim
São bons pra me relembrar
Que só você comigo consigo suportar
Pra quem fugiu até que eu ando bem
Eu só esqueço, às vezes, onde guardei o olhar
E amarro as memórias em um abraço dado num cobertor
Não há nada errado aqui
Só o frio e eu
Se for assim eu fico aqui
Serei então os passos dos caminhos que caminhei
Por onde andei, o que vivi
E lembrarei dos pés que andavam
E agora pairam pelo ar
Sem ao menos saber quando vão se encontrar
Então caí, descaminhei
Porque parei de andar por onde andei
Eu procurei pegadas no alto mar
Me afoguei e cá retorno triste ao meu lar
Talvez seja hora de mudar
Sei que Deus tem algo para mim
Mas sei que tenho que dar o meu melhor aqui
Porque senão eu fico aqui
Serei então os passos dos caminhos que caminhei
Por onde andei, o que vivi
E lembrarei dos pés que andavam
E agora pairam pelo ar
Sem ao menos saber quando vão se encontrar
Então caí, descaminhei
Porque parei de andar
Eu verei o Teu sinal
Eu verei o Teu sinal
Eu verei o Teu sinal
Em breve, breve, breve
Eu verei o Teu sinal
Eu verei o Teu sinal
Eu verei o Teu sinal
Em breve, breve, breve
Se for assim eu fico aqui
Serei então os passos dos caminhos que caminhei
Por onde andei, o que vivi
E lembrarei dos pés que andavam no chão
E lembrarei dos pés que andavam no chão
Oh, oh
É estranho e difícil me dizer que está tudo bem
Se há alguma coisa, então venha entender
O quanto só você pode dar um simples passo de cada vez
O Sol da meia-noite aqui existe
Você pense, pare
Veja que o amor resiste
Olhe, prova, sente, toca
É Deus que te faz entender toda poesia
Que torna mais valiosa a vida
E prova que ainda dá pra ser feliz
Apenas atenda quem chama
E perceba
Que só Ele pode compreender o seu interior
As suas dores afastar
O seu sonho realizar
A sua vida transformar
Basta que você entenda
Que é Deus, que te faz entender toda poesia
Que torna mais valiosa a vida
E prova que ainda dá pra ser feliz
Apenas atenda quem chama
E peça que nesta noite Ele te toque
E cure todas suas feridas
E vele o sono e espere acordar
Amanhã será um novo dia
Amanhã, á demain, a domani, morgen, zavtra, jutro, demà
Aúpio, ashita, ghadaan, mañana, morgen, tomorrow
O Sol da meia-noite aqui existe você
Pensa e pare
É Deus que te faz entender toda poesia
Que torna mais valiosa a vida
E prova que ainda dá pra ser feliz
Apenas atenda quem chama
E peça que nesta noite Ele te toque
E cure todas suas feridas
E vele o sono e espere acordar
Amanhã será um novo dia
O Sol da meia-noite aqui existe
Há quem amou demais
Há quem chorou demais
Quanto tempo não dão atenção ao seu pobre coração
Não se atreve a falar, não se permite errar
Quem inventou a dor?
Esqueça o ardor, afinal
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Qual seria sua última oração
Doeu, deixe curar
Ficou, deixe passar
O árduo é trivial
Mas a afeição é etérea
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Qual seria sua última oração
Mais que uma razão pra se viver
Uma verdadeira causa pela qual morrer
Seja o prólogo de quem viveu a preparar o seu epílogo
E dito, deu fé
Se Deus te desse só o amanhã
Pra sentir o que nunca sentiu, sentiria?
Se de fato fosse mesmo o último adeus
Onde há de estar o seu amor?
E assim, viva como quem soube que vai morrer
Morra como quem um dia soube viver
Quando tiver sessenta
Que os meus olhos funcionem bem
E eu, estando só, busque os meus netos na escola
Que seus sorrisos me lembrem que eles são
A fortuna que acumulei
Nossas visitas ao asilo
Sejam apenas para ver os quadros dos que lá moraram
Porque os meus amigos estarão comigo
Jogando suas redes no rio
Proseando sobre como a nostalgia sempre esteve em alta
Com anos de atraso
Mas aí me lembro: Rapaz, você ainda tem trinta e três
E seu mundo ainda é aquele
Onde as filas por um rim dão as suas voltas no continente
Que anda quente demais
Exceto dentro do carro com vidros fechados
Porque, se abertos, tudo pode acabar ali num assalto
Se eu chegar até lá
Que possamos ser mais médicos e menos juízes
E, ao estarmos num semáforo
Que não seja pra pedir dinheiro, mas para dar abraços
Distribuir adesivos dizendo
"É natal, o Rei nasceu e um cobertor também salva! "
Entenderemos que Deus é Pai e Filho ao mesmo tempo
E bastará
Perceberemos que são os nossos irmãos
Que estão ali com frio na rua
Enquanto permanecemos aqui salvos e aquecidos
Com nossas lareiras
Mas aí me lembro: Rapaz, você está nos trinta
E grito: "tempo, pare um pouco para eu respirar!
Ainda não consegui ser a metade do que deveria ser! "
Então Ele me diz: "você continua um sonhador
Que ainda sonha que tudo mude
Quando tiver sessenta"
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
E ainda se eu conseguisse uma máquina que parasse o tempo
Você estaria ao meu alcance?
Não importa, eu te espero
Se eu pudesse escrever a história das minhas horas uma a uma seria do seu lado
Eu contaria todo o dia uma história diferente
Eu criaria frases pra sempre
Eu cantaria notas de clara esperança
E seu sorriso viraria poesia
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
E ainda se eu conseguisse uma máquina que parasse o tempo
Você estaria ao meu alcance?
Não importa, eu te espero
Eu criaria uma ONG com o seu nome
Eu tocaria acordeon na sua janela
Te pagaria um café na Rue de la Paix
Te compraria um imóvel no Mairie d'Issy
Se eu tivesse o domínio do equilíbrio e pudesse voar te traria a lua
Dominaria o meu medo de altura e buscaria no espaço cada estrela
Inverteria o princípio da inércia
Eu encolheria a Terra e te daria
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
Cada minuto aqui é uma chance
De provar o que eu mais quero
E ainda se eu conseguisse uma máquina que parasse o tempo
Você estaria ao meu alcance?
Não importa, eu te espero
Não importa, eu te espero
Não importa, eu te espero