1 - Gran Paradiso
Compositor: Guilherme de Sá
Compositor: Guilherme de Sá
Se você ama algo, solta-o
Se regressar, é teu
Se não regressar
Nunca te pertenceu
Ou nunca se fez seu
Porque o que é o céu
Senão algo que se faz presente?
Se no teu átrio
Um paraíso não puderes encontrar
Não há chance alguma
De algum dia nele entrar
Lágrimas não escorrem
Bombas não explodem
Vidas não se vão
Gente não se fere
Gosto não difere
Não há dor
Não contesta-se o amém
Não apressa-se o porém
Não se desfaz o amor
Não se declara as estrelas mortas
Porque o firmamento está nublado
Não se povoa um coração de cinzas
Nem se ladroa um sentimento de asas
A grande morada é a casa arrumada
É o aprumo pelo apreço
É o endereço que precisa ter paz
Lágrimas não escorrem
Bombas não explodem
Vidas não se vão
Gente não se fere
Gosto não difere
Não há dor
Não contesta-se o amém
Não apressa-se o porém
Balas não se instalam
Armas não estalam
Faces não são vãs
Irmãos não se atacam
Cores não destacam
Maus não dão as mãos
Não despede-se do bem
Não despende-se o que tem
Não se desfaz o amor
O valor se faz
Lágrimas não escorrem
Bombas não explodem
Vidas não se vão
Gente não se fere
Gosto não difere
Não há dor
Não contesta-se o amém
Não apressa-se o porém
Não se desfaz o amor
Queria eu
Ser seu plural
Longe das rimas vis
Onde o tempo é que nos vê passar
Posto, diria-lhe
Você nunca perde por amar
Perde por guardar o amor
O amor é muito sério
Para ser retido em vão
Então, ame
Ame primeiro
Diga depois
E quando dizer "te amo", ame
Como no princípio
Agora e sempre
Amém
Você nunca perde por amar
Perde por guardar o amor
O amor é muito sério
Para ser retido em vão
Então, ame
Você não sabe
Mas eu te cuido
Onde a vida não cede seu lugar
Você não sabe
Você nunca perde por amar
Perde por guardar o amor
O amor é muito sério
Para ser retido em vão
Então irmão, ame
O amor é muito raro
Para ser sentido em vão
Morre em seus braços
A menina solidão
Dentre as oras e orações
Quanto à mim
Sou um mar de erros, mas ainda rio
Apesar do brio e do ébrio hábito
Que me faz ver e crer
Que o amor não é amargo
Que o ardor da dor é fogo
Que fina-se ao apagar
Ame-se
E complete-se
E absolutize-se
E ouça os timbres ao seu redor
E encontre minha voz
E ame-me
E complete-me
E absolutize-me
E vê que o sonho volve ao portador
E o sonhador vê que Deus está ali
E o amor se torna completo e absoluto
E seguimos
Sorrindo
Rindo
Indo
Vive em seu colo
A criança redenção
E nos dialeta em dós
Que, de tão cheios de nós
Vazios ficamos sós
Num céu inquieto
Propício para se descobrir
Que é parte da cura
O desejo de ser curado
Ame-se
E complete-se
E absolutize-se
E ouça os timbres ao seu redor
E encontre minha voz
E ame-me
E complete-me
E absolutize-me
E vê que o sonho volve ao portador
E o sonhador vê que Deus está ali
E o amor se torna completo e absoluto
E seguimos
Sorrindo
Rindo
Indo
Sem mágoa
Sem desacordo
Sem separação
Sem pressa
Sem vírgula
Sem ponto final
Sem dor
Somente amor
Por favor
Oi
Meu prezado amigo
Desneceselfies não dizem algo aqui
A não ser que eu esteja bem
Neste caso, há um porém
Tire um retrato meu
E então, divulgue-me
Não sei
Se é assim, se é pra mim
Se é o fim, o começo
Ou o erro que não se renuncia
Ou enfim a viragem, o prenúncio
O motim, o indício
De alguém a vir
Oi
É tão comum falar de mim mesmo
Que não vejo mais nada além
Que meus mesmos améns
Tão sedentos de Deus
Solitários em si
E em mim
Um desmirim
Não sei
Se é assim, se é pra mim
Ou se é o fim, o começo
Ou o erro que não se renuncia
E enfim a viragem, o prenúncio
O motim, o indício
De alguém a vir e a sorrir
E permitir-me
Dizer, ipsis verbis
Paixões febris
Não aquecem corações frios
Tão frios
E eu não sei
Eu não sei se é assim, se é pra mim
Ou se é o fim, o começo
Ou se é aqui
Que não se recomeça enfim o eu sei
Eu sei?
Eu sei
Maior que o amor em mim
Maior que o bem-estar
Maior que o passar
Que o apressar
Que o pesar
Que a dor
Que eu
Abba Pai
Elohim
Maior que o horizonte em si
Maior que o inverno
Maior que o breve
Que o amanhã
O acaso
O impossível
Onde?
Onde, apenas onde?
Onde se esconde?
Onde você vive?
Porque não se revela?
Não cessa a enovela?
Que a dor não vale à pena
Porque? Porque?
O que houve?
O que houve?
Porque desistiu?
Onde foi que não mais resistiu?
Quando foi que seu dossel caiu?
Quando não é calmaria, é a tempestade
Quando não é o silêncio, é o ruído
Quando não é a saudade, é o desapego
Quando não é oito, é oitenta
Que ostenta mas não cede
Que quer mas não pede
Que até pretende ser
Mas ainda não é
O que houve?
O que houve?
Porque desistiu?
Onde foi que não mais resistiu?
Quando foi que seu dossel caiu?
Como é possível mudar tanto
E não ser capaz de nada mudar?
Como é possível
Esquecer tudo que queria lembrar?
Lembrar tudo que precisa esquecer?
O que houve?
Ei
Me olhe
Finge que não me negou
Vê que de repente
Seu rosto tão ausente
Parte o pouco do que sou
Importa-se onde vou?
Eu não pretendo ir tão longe
Então pesará menos
O muito que se quis
De onde estou
Me bastaria um aceno
Ei!
Me olhe
Me note
Me dê uma chance
Que eu já não sei
Por Deus, não sei
Quantas vezes eu tentei
Ei
Acorde
Pense que não se entregou
Crê no recomeço
Se fie no apreço
Nos dias de solidão
Adote uma lembrança
É que quando a saudade acorda
Aqui, ninguém mais dorme
Em vez de dispensá-la
Que tal tirá-la para dançar?
Ei!
Me olhe
Me note
Me dê uma chance
Que eu já não sei
Por Deus, não sei
Quantas vezes eu tentei
Eu passei
Você passou
Nós passamos
E nossa espera se mantém
E permanece sendo
Um verbo infinitivo de frustração
Não, não, diga-me que não vê
Meus pés indo embora
Portanto, ei!
Me olhe
Me note
Me dê uma chance
Que eu já não sei, por Deus, não sei
Quantas vezes eu, eu, eu
Me dê boa noite
Me cumprimente
Que eu já não sei, por Deus, não sei
Quantas vezes
Qual foi a útima vez
Que você fez algo pela primeira vez?
Onde e quando?
Quase foi, era pra ser, deveria ter sido
E o que remói é o que destrói
Quando se entoa
Quero estar?
Posso estar?
Deveria estar?
O que não te faz bem
Não te faz falta
Não te oprime
Não te corrompe
Não te obriga a nada
Quero estar?
Posso estar?
Deveria estar?
Poderiam ter avisado
Que a vida é difícil
E que o tempo, o tempo passa
Mas nem tudo passa com o tempo
Nem mesmo o amor
Nem os céus
Nem Deus
Densas nuvens, tempestades
Eu sou tão cheio de metades
Que desde sempre me transbordo
Se eu não sei onde estou
Você junta meus pedaços
E não me deixa só
Nunca estarei só
Não mais
Esqueci
O que me esqueceu
Se a saudade vir
Diga que eu saí
Mas não volto tarde
Jamais anseie
Que os dias acabem rápido
Porque ao fazê-lo
Estará tendo menos tempo
Nunca é tarde quando se quer algo
Tarde foi ontem
Quando não fomos capazes de tentar
Tão incapazes
Por quê?
Sonhar custa caro demais?
E desistir custa um sonho
Que depressa se despede
Como se não voltasse mais
Se a vida retirou-se
Eu quero voltar
Mesmo que saiba
Que o pra sempre
Muda de sentido diariamente
Ou divise o passado
Sendo reprisado em memórias
Preterindo momentos mágicos
Prometa-me algo
Não jure eternidade ao tempo
Ele sabe esperar
Sonhar custa caro demais
E desistir custa um sonho
Que depressa se despede
Como se não voltasse mais
Se a vida retirou-se
Eu quero voltar, voltar
E então tocar e renunciar
Essa eterna impaciência que habito
Essa lábil náusea
Que me faz parar
Em vez de me soltar do mundo
Finalmente tornar a segurar
Em Suas mãos
Da lamúria, os seus verbos já não conjugo mais
Sem o passado não existe tempo futuro, não se pode viver para morrer
Há sempre o medo de errar, há sempre o mas
Sentimentos são
O claro e a escuridão
Uma porta que fecha é janela que abre então
Quando há gratidão em seu coração
É certeza que basta, da herança o seu quinhão
Tive sede, me deu água, na sombra me sentou
Deu-me a vida, pediu nada, revertendo toda inversão
Sentimentos são
O claro e a escuridão
Uma porta que fecha é janela que abre então
Quando há gratidão em seu coração
É certeza que basta, da herança o seu quinhão
Finda o dia, dobra a alma, sem a multidão
Calmaria, minha ermida, franca devoção
Sentimentos são
O claro e a escuridão
Uma porta que fecha é janela que abre então
Quando há gratidão em seu coração
É certeza que basta, da herança o seu quinhão
Uma porta que fecha é janela que abre então
Uma porta que fecha é janela que abre então
Uma porta que fecha é janela que abre então
Já que se vão os anéis
Que fiquem os dedos
Ouro e prata são nada
Comparados a segurar Sua mão
Se eu perder os meus olhos
Que eu possa enxergar
Que eu percorro o caminho
E saiba sempre onde chegar
Se me tirarem o coração
Que nunca deixe de amar
Que o ódio não venha por mim falar
Quando calarem a minha boca
Que eu não perca a minha voz
Que eu grite por justiça
Se eu perder a fé
Me ajude a ficar de pé
Que Deus nunca se ausente
E que acenda novamente
Essa alma que insiste em se apagar
Quando a dúvida chegar
E me assaltar
Que a gentileza permeie
E seja a única escolha
Se me tirarem o coração
Que nunca deixe de amar
Que o ódio não venha por mim falar
Quando calarem a minha boca
Que eu não perca a minha voz
Que eu grite por justiça
Se eu perder a fé
Me ajude a ficar de pé
Que Deus nunca se ausente
E que acenda novamente
Essa alma que insiste em se apagar
Quando calarem a minha boca
Que eu não perca a minha voz
Que eu grite por justiça
Se eu perder a fé
Me ajude a ficar de pé
Que Deus nunca se ausente
E que acenda novamente
Essa alma que insiste em se apagar